terça-feira, 26 de abril de 2011

Tropa de Elite 2

Não possuo experiência técnica e objetiva sobre a arte. Assim, vai quase como provocação essa de falar de cinema!
Aliás, não falo de cinema, mas sim subjetivamente, sobre o filme, como o espectador que resume entre gostei ou não gostei, esforçando-se para dizer: por quê?
O filme forte de José Padilha é audacioso. Contudo não tem apelação ou rudeza.
Forte pela isenção de eufemismos para a prodigalidade da violência do homem; audacioso por igual motivo, só que expandindo o animalismo aos sistemas de organização política das comunidades desfavorecidas, nos quais a questão de polícia é condição sine qua non. É um filme sociológico.
Vai além do primeiro, além de Carandiru e de Cidade de Deus. Mas deste último está bem próximo no cenário e no mote, com a diferença dos estágios de evolução do abandono das comunidades carentes, reféns dos homens, à margem das políticas urbanas e dos mercados de consumo.
Fosse uma sequência única, os dois filmes (Cidade e Tropa) teriam mostrado uma linha do tempo e das instituições: aglomeração, falsas promessa de Estado, abandono, respostas naturais, opressão dos mais fracos, ganância dos poderosos, uso dos aparelhos de Estado para favorecimentos mesquinhos, mortes, desesperança. 
Denunciou a deflagração das milícias, no momento de maior oportunismo de bandidos de fardas, e demonstrou uma estratégia de desmonte do esquema de acobertamento por compadrio - a conivência política da relação ganha-ganha (e sempre alguém tem de perder).
Penso que a contemporaneidade das ações militares federais nas favelas no Rio de Janeiro contra os traficantes, que sucederam às instalações das UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora, cuja função, inclusive é, senão de extinguir, pelo menos mitigar as mafiosas forças milicianas – não gerou comoção ou pânico no público, que já está acostumado a ver pela tevê as guerras campais e os intermináveis escândalos do homem público. Ou seja, não trouxe novidade temática.
No entanto, com uma corajosa narrativa dinâmica e cenas de absoluto realismo, radiografou o câncer que a desigualdade social fez nascer: a favela.
Não há romantismo. Há a presa fácil, homens e mulheres vulneráveis, à disposição dos mais fortes.
Um aspecto na história tornou o filme mais doce sem pieguice: o enternecimento do agora Tenente-Coronel Roberto Nascimento. Para surpresa geral, o homem chora!
Não só chora. Nascimento foi capaz de refletir, de se emocionar, de se arrepender, de parecer com gente, mais que uma máquina sanguinolenta e amarga.
O personagem Nascimento se estabelece assim numa espécie de anti-herói. Um guerreiro atual de extremada virilidade e dureza, para quem bandido não tem vez.
Ele erra como qualquer um, e sua rigidez aparente é fruto apenas do exercício contínuo.
Ao ver-se enredado pela voluntariedade do Capitão Matias - outrora um aspirante treinado pelo próprio Nascimento -, o líder indefectível fica de saia justa quando sua tropa é chamada a acompanhar uma rebelião em Bangu I, a primeira prisão para presos de alta periculosidade do Rio de Janeiro, e talvez a primeira do Brasil.
A coragem do filme está desde o início: de cara, denuncia que esse tipo de penitenciária é feito só para bandidos VIPs. Aqueles a quem o sistema protege a integridade física dada a sua importância no esquema de distribuição de subornos.
O Capitão Matias contraria as ordens do Coronel Nascimento e explode a cabeça de um traficante revoltoso na primeira oportunidade, na frente de um intelectual dos direitos humanos. Aí têm início os meandros nauseabundos pelos quais o experiente policial conhecerá as verdadeiras faces e tentáculos do poder.
Wagner Moura é um excelente ator. Com os elementos certos que a direção reuniu o filme não ficou a dever para nenhum enlatado policial ou de ação, nem o ator ficou a dever para Denzel Washington, Bruce Willis ou De Niro.
O filme empolga pela realidade, velocidade e por que não, beleza. Pela sensibilidade, a crueldade da violência não sangra à toa como alguns filmes que vi do Tarantino.
Gostei muito!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O PLÁGIO DO SANTEIRO

Ouvi essa história de um senhor amigo, num bar. Assim já revelo que não é minha, mas também não é dele (ele confessou).
Contei-a várias vezes, e toda vez que preciso de uma história de forte resultado moral para esclarecer as hipocrisias alheias, a uso - sempre declarando tratar-se de apócrifa, ou de domínio popular, ou de algum clássico ou anedotista escondido no esquecimento. Não sei. Quem souber, por favor, me diga.
Talvez tenha sido somente a narração jocosa de um perspicaz cronista ou contador de piada. Como meu amigo velho - habitualmente embriagado naquele bar.
Contou-me, suponho, sem intuir a grandeza discursiva que a história oferece. Eu a reproduzo com minhas particularidades, já que nunca a vi escrita:

Um vendedor de santos feitos de argila e pau, vinha pelas ruas escaldadas e poeirentas sem auferir nenhum ganho naquele fatídico dia.
Era seis da tarde e a patroa o esperava com algum cobre, mistura, pão e leite.
Parou em frente a uma casa grande e avarandada, de átrio amplo, grama verdinha. Dado ao silêncio do recinto, ao efeito claustral da arquitetura e ao especial silêncio evangélico daquele reduto familiar, a noitinha e a necessidade pungente precipitaram-no à última tentativa da sua jornada santa de trabalho.  
Bateu palmas e logo surgiu um homem que não traia em nada o aspecto conventual da casa. Calva acentuada, baixo, magro e pele acetinada, o tiozinho envergava sobrecasaca puída e um rosto angelical:
- Tarde! Que desejas bom homem?
- Boas Tardes, caro cristão! Tenho cá comigo alguns dos maiores e melhores santos de toda a história. Além até - que me perdoe a paróquia -, alguns que sequer ainda são conhecidos da praça católica: Santo Limpo da Água clara, Santa Candinha da Picuinha, Santa Amélia dos Pés Tortos, Sant...
- Lamento amigo! Não quero santo algum, mas desejo-lhe sucesso em seu negócio...
- Veja moço: tenho aqui Santa Esmeralda Diamantina, que ajuda a enricar; Santa dos Endividados de Penduricalha, ótima desfazedora de dívidas; Santo José Preto do Rio Branco, bom para resolver desavenças por causa da cor...
- Desculpe moço, já disse que não tenho interesse em santo algum.
- Calma, calma, senhor, tenho ainda Santo Zacarias Falante, para aprender a falar em público; Santa Domingas das Semanas, para tornar os finais de semana menos rotineiros; São Jambo da Costa Larga, para arranjar emprego; Santa Matilde da Fé, que ensina os caminhos da religião...
- Rapaz, já disse. Se você insistir, terei que tomar providências...
Parecia que o santeiro ensurdecera: “Santa Joaquina da Manopla, para ter sorte no jogo; Santo Dom Juan das Velhas, para ter sorte no amor; Santo...”
- Arrahhhh! Já chega!!!! - esbravejou o involuntário anfitrião - serei obrigado a soltar os cães.
Sem ouvir as ameaças, o santeiro estava em transe:
“Santa Nenê, para engravidar; Santo Paulo do Pé Perfeito, para curar frieira e tirar o chulé; Santo Nodjo do Pau Seco, para sarar gonorréia...”.
- Você pediu, então toma... - o dono da casa, com um rápido e imperceptível movimento do braço, soltou a matilha que conservava estrategicamente num secreto corredor oblíquo, atrás da varanda.
Olhos a soltar das órbitas, menos pelo medo do que da indignação pela vida de tão difícil ganha-pão, o ambulante largou a réstia em que atava duas dúzias de estatuetas e, numa hábil manipulação segurou os santos mais robustos de sua coleção em postura de combate. Com lágrimas nos olhos, arrostou os cães:
- Pra trás, cachorros do caralho, se não eu meto esses filhas das putas desses santos na cabeça de vocês!

domingo, 10 de abril de 2011

CAPÍTULO1 - O BERÇO DESTRÚIDO

Vinte e quatro de abril de dois mil e onze de Nosso Senhor.
Cento vinte pessoas estavam reunidas no pátio da ala sul do campus para ouvir a preleção do Reitor Mozamba Maçique.
A Escola Internacional de Aperfeiçoamento reunia rapazes e moças de todas as etnias, de todas as partes do mundo.
O denominador comum entre eles era serem autênticos prodígios, dotados de capacidades excepcionais e incontestáveis, incríveis energias físicas e mentais.
Levitação, telecinética, telepatia, invisibilidade, virtuosidade nas ciências e nas artes, alta velocidade e grande potência física, apurada acuidade visual e auditiva, irradiação de partículas e ondas de força, e outras muitas faculdades não comuns às potências humanas conhecidas, permitiam classificá-los portadores de talentos sobrenaturais.
Conquanto houvesse especial atenção aos períodos emocionais de cada idade - a cargo da comissão dos melhores pedagogos e psicólogos do mundo -, à vista da homogeneidade intelectiva do grupo, não havia divisão em classes etárias, mas sessões contínuas por habilidades específicas em salas e espaços temáticos evolutivos, para simulações de combate e situações de alto risco.
- Lá vem esse senegalês com suas prosopopéias... Parece que não somos inteligentes o suficiente entender nossa missão na Liga Galáctica - cochichava inaudível Astor Villens, referindo-se aos longos discursos de abertura dos trabalhos anuais, nos quais o Reitor infalivelmente descrevia os ideais dos próceres fundadores da instituição, seus visionários amigos de mocidade, dos quais apenas ele e mais dois sobreviveram.
- Silêncio, Astor! Tenha mais respeito pelo Doutor Maçique! - disse Swuiffer.
- Obrigado senhorita Stellmann - agradeceu Mozamba do longínquo palanque, fazendo ruborizar as rosetas naturais das faces de Astor Villens. - A propósito, senhor Villens, sou de Moçambique.
Discursava o Reitor:
- Baraq Willians, meu grande amigo e colaborador nas inúmeras investidas nos oceanos e continentes - para combater os ataques das forças maléficas, costumava dizer: “Moza, meu velho, todos nós somos impressionantes. Todos e qualquer um tem dentro si uma força que o impele a não desistir diante das adversidades”. Concordo com Baraq, cavalheiros, senhoritas: todos e qualquer um tem em si uma força comum de vida dada pelo Criador. Mas alguns, no entanto, tomando consciência desta força, fazem melhor uso dela: constroem um mundo mais seguro e feliz. Lembrem, porém, do mais importante: acima de qualquer dessas habilidades que os senhores possam apresentar, a excelência é a do amor à humanidade.
- Por isso - continuou - neste ano, considerando que os senhores compõem as mais recentes descobertas da EIA, seu treinamento será menos no ambiente acadêmico, e se concentrará na troca de experiências e na vivência de situações reais com os alunos mais velhos, atuais agentes especiais da Liga Galáctica. Para isso, considerando que temos quarenta graduados, cada deles recepcionará, por sorteio - portanto independente das habilidades específicas -, três novos membros da EIA.
“Por hoje, descansem. Pela manhã receberão por baixo da porta de seus alojamentos, o nome de seus tutores.”
Com efeito, os cento e vinte alunos foram os últimos superdotados localizados por um secreto comitê mundial de rastreamento, composto por cientistas, agentes dos governos e representantes da ONU. À exceção dos últimos, os outros eram selecionados por uma banca da EIA, composta necessariamente por um nome de cada país, e de cada continente do planeta.
A banca EIA era formada por maioria terráquea, mas sempre com a representação de, no mínimo, cinco outros planetas da Galáxia.
A EIA foi fundada em 1945, em uma ilha do Pacífico Sul, quando no final da guerra, antevendo a corrida armamentista e o início da escalada espacial, jovens sobreviventes de campos de concentração juntaram-se a egressos do cenário das bombas, e de países onde haviam se instalado pretensas ditaduras espirituais.
Perceberam que a união das diversas raças e culturas, poderia esvaziar qualquer discurso de diferenças com intenção tendenciosa de dominação dos indivíduos.
Praticavam lutas e atletismo, exercitavam-se em física e astronomia, filosofia, antropologia, artes plásticas e música.
Um grupo de filantropos que certa noite recebeu a visita de extraterrestres. Com eles desenvolveram inúmeras habilidades especiais com as quais passaram a enfrentar os mais cruéis exércitos, impedindo a imposição da tirania, na Terra e noutros planetas da Galáxia.
Na primeira década estavam sós, porém, decorrido o tempo e afamados seus feitos, vieram somar-se ao grupo cientistas e magnatas, homens e mulheres cansados de um mundo perdido e sem juízo.
A Escola Internacional de Aperfeiçoamento é secreta. Cada um dos membros é prévia e longamente observado desde o nascedouro.
Poucos restam a cada ciclo por dois motivos essenciais: a curta expectativa de vida - um mistério! - é natural cerceadora de seus dons; ademais, muitos expiram ante as mais terríveis batalhas contra diversos seres do universo. Nada disso foi encoberto aos novatos.
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No grupo dos alunos tutores, dois irmãos se despediam de suas namoradas. Sam Theodore, o mais novo, e John Pitsburry - a quem Sam chamava graciosamente de chefinho por ser o mais velho e um extremoso guardião dos costumes da Ilha Parachazi - base da EIA:
- Boa noite Yoko, Deus te abençoe! Sonhe comigo, ta bom? - um beijo casto.
- Sam, não vá ainda, estou sentido calafrios...
Yoko Takemura era uma jovem de dezesseis anos com dom premonitório.
- O que há Yoko? Por que está tão pálida?
- Não sei, sinto algo parecido com uma expansão súbita e violenta do ar, uma explosão.. Oh! Sam, estou com medo... Sinto que alguma coisa ruim vai acontecer aqui em nossa ilha...
- Acalme-se Yoko, nada vai acontecer, relaxe. Deve ser o seu coração que está para explodir de amores por mim. - Outro beijo e um lindo sorriso nipônico.
Dois quilômetros do alojamento em cuja porta Sam e Yoko se despediam, John, com sua alta capacidade auditiva, captou a apreensão da cunhada.
Abraçava ternamente Breatney Kidman - uma paranormal especializada em identificar espectros - John, ore bastante nesta noite, pois desde o pôr do sol tenho visto halos de coloração incomum... - pediu Breatney.
- Você também está cismada?
- Como assim, quem mais está cismada?
- Ora, Breatney, é claro! É a aurora austral, estamos em abril, se esqueceu? Ou pode ser alguma poeira advinda de alguma desintegração na ionosfera.
- Não, John, não é. Eu saberia se fosse. É um feixe de partículas que não consigo definir. Você sabe que sou especialista - e gabaritada! - e não desconheço nenhuma manifestação visual. Você sabe! Mas essas luzes não têm estruturas padronizadas de matizes. O Professor Longdowm referiu-se a fenômenos assim, ocorridos há cinquenta anos, no Índico, quando grupos extremistas fizeram experiências clandestinas com bombas atômicas. Foram efeitos únicos e sem repetição.
Os casais separaram-se com beijos afetuosos. Os irmãos foram abraçados para seu alojamento. Sempre andavam abraçados.
Eram jovens de 15 e 17 anos. Havia dois que moravam na Parachazi, onde aperfeiçoaram todas as habilidades sobrenaturais congênitas: levitavam com absoluto controle, enxergavam através de qualquer sólido, conseguiam ouvir a quilômetros de distância, tinham impressionante força física e uma grande capacidade de aprendizagem. De todas as outras habilidades detinham os rudimentos.
Nascidos no Brasil, seus pais permitiram sua mudança para a Ilha porque conheciam perfeitamente as nobres intenções da EIA.
- Chefinho, Yoko falou de suas sensações... - Atalhou John: “Eu ouvi, Théo. Breatney também está cismada, penso que devemos coletar as impressões do Dr. Mozamba. Vamos até seu escritório.”
“Senhores, devo confessar (não conseguiria esconder, o senhor Theodore poderia ler a minha mente se quisesse): não são infundadas as apreensões de suas namoradas, quero dizer, da senhorita Takemura e da senhorita Kidman.”
De fato, a Ilha Parachazi seria completamente dizimada em uma hora. A razão para que Maçique escondesse é que, se não concordasse com a sumária e total destruição daquela academia, os esforços bélicos internacionais o fariam.
O ultimato veio depois de meses de discussões éticas sobre os meios de cooptação e os serviços daqueles jovens, a imiscuição nos assuntos de soberania nacional dos países. Houve vazamento da existência da Ilha Parachazi, da Liga Galáctica e de que representantes da ONU patrocinavam as manobras. Sobretudo estão sendo alvo de graves investigações, os custos das operações; e as inter-relações com seres extraterrestres provocaram extremo mal-estar no aspecto da diplomacia mundial.
“Mas Doutor Mozamba, e os ideais de manter os mundos em harmonia cósmica, respeitar as diferenças, usar os dons para a construção e permanência de uma Terra feliz para as gerações? Onde ficam? O que acontecerá com nossos amigos? Que faremos?”
- Eu não tive escolha, meus amigos; ou entregava a todos, numa morte rápida e indolor, ou nossos amigos e alunos seriam perseguidos. Naturalmente revidariam, dando azo a uma guerra incessante e sangrenta - talvez a maior série de devastações que a Terra teria conhecido.
Os irmãos, vendo que de nada adiantariam os rogos, partiram incontinenti, e resolutos correram pelos pátios da academia, batendo em todas as portas aos gritos de “salvem-se, a ilha será destruída”.
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Num átimo a exuberante Ilha Parachazi - o lar de muitos heróis, a escola dos justos, a casa do bem - esfumaçou por toda a orla, e tremeu bruscamente fazendo ruir todas as edificações.
O ginásio, os laboratórios, o centro de debates, as amplas salas temáticas, tudo virou poeira e escombro.
Os clarões que precederam à desintegração dos corpos foram pontuais e consecutivos nos quadrantes da ilha.
- Yoko... Yoko... Breatney... Breatney. Onde estão vocês? Yoko… Breatney…
- John, Sam - era Swuiffer Stelmann com as pernas quebradas, rosto e corpo queimado, arrastando pelo braço o que sobrara do amigo Astor Villens -, sinto muito, sinto muito...
Só os dotados da capacidade de controle térmico do ar ficaram isentos das queimaduras. Dentre eles, Sam e John.
As explosões se sucederam com cada vez maior intensidade e calor.
Sam e John seguraram as mãos de Swuiffer e Astor e se lançaram num vôo a pino de incalculável velocidade. Da estratosfera puderam ver tão somente o clarão último da pulverização da Ilha de Parachazi.
Atordoados com o estrondo, grunhiram sua angústia, a única que se permitiriam ter a partir daquele momento.

GRACIAS ANDINAS