sexta-feira, 4 de março de 2011

À deriva

Apieda-te dos jovens, ó mundo!

Sonhos pobres de aventuras chinfrins
Tumultuam a vigília do moço desmedido,
Como pesadelos infindos
A tolher-lhe a alma, consumir-lhe a calma,
No desvelo de noites aceleradas.

Como dormisse na leveza do ar,
Com brilho de ouro vêm os sonhos
Que sonharam para ele
E dão-lhe bebidas de embriaguez.
Dizem-lhe ao coração o que se desbravar
Das luzes, dos sons, dos gestos, das coisas celeradas.

Quando a alva aparece,
A lua desvanece no ciclo sideral;
Destemido, indômito,
Ele dorme o sono do ímpio:
Delirante, insano,
Julgando-se santo.

Isento do mundo que aos outros é lhano
Desperta novamente,
Desmemoriado do presente
Ressente-se do futuro que não enxerga
E recomeça a sonhar
Seus mesmos recentes atos pregressos
Que corrompem o caráter.

E a mesma sorte a cuidar de seus passos:
Um histrião satirizando o mundo
Sem nada de belo ou eterno;
Corpo forte em mente tenra.
Alucina o jovem sem trégua.

Os moços precisam de paz!

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GRACIAS ANDINAS