quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nestes Dias

Nestes dias é alardeada a extinção do sol!
Gozemos, pois, da proteção dos abraços
e das manhãs de calor!

Nestes dias não se sonha como antes.
Escravo dos fortes, o sonho é regulamentado.
Sonhemos em poesia, em cujo delírio
se fabrica fantasia e discernimento incessantes!

Nestes dias continuam nascendo flores.
Menos espontâneas...
Mas é possível colher uma margarida incauta,
furtar uma rosa plantada à toa,
uma flor sem autoria, sem dono!

Nestes dias continuam nascendo crianças.
Algumas, ao acaso de madres desavisadas
(desesperadas da sorte),
fazem-se monturos, arremessam-se na vida.
Vê-se gente, no entanto,
desejosa de tal alegria!

Nestes dias não temos tempo
– tudo se passa em nano segundo...
Celebra-se a prematuridade
(ninguém quer a velhice).
Engana-se o amadurecimento...
Com coragem, porém, os sábios resistem!

Nestes dias conhece-se muito pela metade
- mais valia se tem dado
do que aos que conhecem o pouco por inteiro...

Nestes dias, celeuma...
Reinvenção do homem,
Reinvenção da sociedade,
Reinvenção do mundo.
Reinvenções duvidosas...
No entanto, a água menos aparente,
segue imutável no próprio ciclo!

Nestes dias, confusão...
Espreitam-nos os seres maiores:
O bem e o mal.
Quase podemos enxergá-los.
Quase se confundem nos discursos...
Terminantemente, o bem é triunfal por excelência!

Nestes dias a emoção e a lucidez,
- insuflação que ao homem diviniza,
regerão a pena dos que legislam.
E as imolações cessarão!

Sejamos tolerantes, pacientes, bondosos,
porque nestes dias, o que se deitam
são apenas perturbações passageiras,
parte da semeadura do futuro!

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GRACIAS ANDINAS