XXXIII – DESOLAÇÃO - FIM
É! Não
houve sobrevivente.
Os
jornais espetaculares estamparam a chacina daqueles aventureiros.
Tudo
desolação e miséria que a tristeza não dá conta!
Ai meu
Deus! O infortúnio daqueles homens! Quanta mágoa! Quanto rancor! E agora, quem
vai enterrá-los juntamente com tantos outros corpos sem alma?
Quem vai
enterrar esses homens perdidos? Quem vai servir de coveiro para os infelizes?
Ai meu
Deus!
Agora é
só escombro! Agora todos os corpos estão sem alma...
Porca
foi encontrado com tiros no peito, estirado ao lado de seu melhor amigo,
Miguelito. Ambos guardaram nos rostos a expressão de uma amizade eterna.
Seredião,
o único evangélico combatente, pereceu com os joelhos curvados, uma bíblia de
bolso numa das mãos e um revólver na outra.
Lupércio
e Divina, que tinha vindo em reforço para o conflito, foram esmagados por uma
escultura monolítica de mármore europeu que teria se desprendido com o abalo de
explosão.
E agora?
Todos os personagens estão terminados inertes... Uma equipe procura nas ruínas
alguma fonte de vida. A imprensa está presente. A turba de curiosos também...
Ai meu Deus! Tende piedade de nós!
Os operários
I e II - construtores e jardineiros -, se dividiram entre carpideiras e
contabilistas. Os últimos, dissimulando a alegria, calculavam o lucro da
reconstrução da cidade dos mortos. Os primeiros mentiam se importar.
Literalmente,
mal esperaram a poeira assentar: uma funcionária da Associação dos Cemitérios
Privados pregava uma placa “O CEMITÉRIO VERDE ADMITE COVEIROS”.
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