quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A beldade, o velho e o dinheiro

Ninguém sabia da estonteante esposa do vice-presidente do Brasil.
Marcela Temer é uma mulher jovem, bonita e atraente.
Casou-se há sete anos com um homem cinqüenta anos mais velho que ela. O cara é rico e poderoso!
Mulheres jovens, e principalmente bonitas e atraentes, não faltam nos nossos dias. O exemplar proliferou de um jeito que o vemos em todos os lugares: tevês, bares, trabalhos, ruas, vizinhanças, enfim, em todo lugar que o olho vê tem sempre uma ou duas mulheres assim.
Casamento de interesse não é novidade: estados políticos se configuraram com esse expediente.
O relacionamento sensual por interesse, seja heterossexual ou não, sempre existiu.
O alpinismo social das mulheres - quase uma qualificação profissional que possivelmente algum cronista social emprestou a tais agentes -, também.
O que me leva a escrever é a forma como enxergamos esses encontros: com absoluta incredulidade, ou aceitação oficiosa; uma desaprovação hesitante – o que eu reputo moralmente desastroso nos outros, mas que faria tranquilamente, independente do que pudessem pensar.
Indiferente ao amor romântico, meloso, novelesco, certo mesmo, são as necessidades que todos sentimos de fixar raízes no conforto que o dinheiro pode trazer.  
O amor banal e volúvel é o nome errado da paixão, que como qualquer emoção forte: chega, arrasa, esvanece e quase sempre passa, dando lugar ao próximo.
Mas, um relacionamento por interesse pode ser um tipo de prostituição? Acho que sim. Diferente apenas pelo fato de que em vez de uma descarada notoriedade de muitos parceiros, promove-se a publicidade de apenas um (“o tiro certo”), pela paga do conforto.
É na generalização de todas as aparências que está o prejuízo da decência das pessoas.
Laços inter-raciais, entre excepcionais e “normais”, ricos e pobres, jovens e velhos, sempre suscitarão o sussurro de um maledicente de plantão. Ele dirá: “também! o cara tem grana...”, ou “deu o perfeito golpe do baú...”, ou qualquer coisa que desmereça a relação autêntica e desimpedida.
Desesperamos do amor ou da paixão, que podem existir nesses casos, sim. Embora a freqüência e a indústria fútil de fofocas e celebridades sejam determinadas em desmentir.
Dizer que tais relacionamentos podem ser por interesse, é uma coisa; mas afirmar que sempre são, é uma temeridade!
Se eu fizer isso, corro o risco da imperdoável indelicadeza com, no mínimo, o homem sem posses, maduro e solitário, e com as mulheres em geral.
A esse homem, digo que na velhice não adianta ser experiente, honesto, inteligente, charmoso, seguro, saudável, se não tiver muito dinheiro – sem isso para pegar mulher nova, de nada adiantam os outros atributos; ou você se junta com outro caco, ou morre sozinho.
Talvez porque digam isso de outras maneiras já há algum tempo, tenhamos parte da explicação para o desrespeito com o idoso, e para a irresponsabilidade civil de muitos homens, adolescentes eternos cada vez mais velhos, que se negam a amadurecer no casamento e na vida.
Para as mulheres, sacramentamos sua triste função social: servir aos prazeres varonis da carne em troca do transitório bem-estar sócio-econômico.
Deve ser também por isso que vemos tantas dessas bênçãos nos analistas, ou se entupindo de antidepressivos; amaldiçoando seus casamentos; vendendo-se em puteiros ou vitimadas por psicopatas (famosos ou anônimos), que as cooptam e as descartam - algumas nem envelhecem; morrem em suas mãos.
Digo aos dois: se não enricarem antes de murchar, encerrem a partida antes do apito!
Nada contra quem prefere acreditar na prostituição velada, quase socialmente aceita. Cada um, cada um. Ao contrário, tudo é bom de viver! Afinal, que homem, novo ou velho, não gostaria de ter sempre uma bela e jovem mulher do lado?
Quem, mulher ou homem, não gostaria de nunca passar privações?
Para finalizar, só mais uma coisa: se a beleza, o dinheiro e o sexo fossem tudo, não teriam o tempo e o fim como inimigos!
Fechar com essa de que “a mulher tá com ele só pelo dinheiro”, é matar qualquer esperança de que um dia eu pudesse vir a conquistar uma mulher dessas, sem precisar pagar (por incrível que possa parecer!).
A indelicadeza pode vir a ser usada contra mim mesmo, um dia! Quem sabe?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GRACIAS ANDINAS