domingo, 9 de janeiro de 2011

Rosto de Gente

Vi hoje no portal de notícias IG, que um grupo de pesquisadores de Darmouth – EUA fez experimentos para verificar a percepção que se tem de um rosto vivo, de gente de verdade, viva: ele tem que ser 2/3 mais humano do que um que não é; os olhos têm importante efeito para tal distinção, segundo nossa cognição.
Na breve matéria, mais informativa que discursiva - suponho conforme a natureza desse veículo na web -, não houve refutação da importância que se dá para qualquer rosto, real, de plástico, de pixels ou imaginário. Não mais se escreveu na oportunidade. Não mais li sobre o tema.
Então, segue rápida reflexão sem muitos mais elementos científicos, acerca da importância do rosto. Antes, parabenizo os atores e os artistas da animação, computadorizada ou desenhada, porque eles detêm conhecimento precedente à matéria, da importância do rosto.
As expressões que confeccionam nos rostos dos personagens nos convencem da humanidade dos bichos ou pessoas de mentira, que até nos esquecemos, naturalmente, de distingui-los falsos ou verdadeiros.
Nos emocionados mesmo! Com as vilanias nos indignamos e com a ternura nos sensibilizamos, seja no gato de botas do Shrek, seja no menino d’O Expresso Polar, seja nas latarias de Robôs.
Abro o leque para o fato de que nossos sentidos apontam mais ainda que a simples distinção do rosto de um vivo do de um morto, ou de um boneco.
Misteriosamente precisamos ver rostos, e necessariamente que tenham alguma expressão de sentimento, e obrigatoriamente que interajam conosco.
O rosto e as expressões de sentimentos que emoldura é um arquétipo sem o qual não podemos continuar vivendo mentalmente sãos.
A necessidade de interação justificaria nos associarmos sempre, em qualquer tempo e condição; a de expressão está nas artes cênicas e plásticas, podendo extrapolar ambas, em relações incríveis como o fetiche de bonecas sexuais tratadas como amantes de verdade ou a bola Wilson do Náufrago - sem expressão, é verdade! Mas com um rosto [de sangue], a partir do qual Chuck desenvolveu o exercício de humanidade.
Não viveremos sem rostos e expressões, podendo viver mal por causa dos rostos com más expressões.
Se as feições de alegria e tristeza são contagiantes, as de ódio fazem pontes para as violências.
Assim, peço duas coisas, se são tão importantes as expressões e o rosto: primeiro que não categorizemos numa estética de ocasião um tipo humano mais bonito do que outro; segundo que proporcionemos pela interação, expressões mais de simpatia e serenidade, do que de mesquinhez.

Um comentário:

GRACIAS ANDINAS