sábado, 18 de junho de 2011

Homens agridem mulheres. Parceiros se matam.

“A cada 2 minutos, 5 mulheres são agredidas”, dizia a legenda num tele-noticiário sobre a violência contra o sexo frágil, enquanto apresentava um dorso feminino repleto de vergões produzidos pelo açoite de um monstro, e outras horripilantes imagens nebulosas de rostos feminis inchados; mãos trêmulas; homens cabisbaixos, algemados.
Também alarmou muito a tele-notícia de uma belíssima jovem - uma linda mulher, criatura de dezoito anos - que assassinou por sufocação um homem mais velho num quarto de motel. Ela quis esconder o cadáver, mas, sem sucesso, deixou com o corpo os rastros que levaram ao seu encalço e captura.
Pessoas têm assassinado amantes, e às vezes, o que é mais estranho, ex-companheiros... em motéis?!
Apesar das modernosas relações amoroso-eróticas - teens ou “maduras”, mas sempre irresponsáveis e volúveis -, franca e repetidamente destiladas e reproduzidas das novelas, vê-se pela freqüência da hostilidade, agressão e morte, que os parceiros (às vezes parceiras), não mudaram em relação à sensação de posse do outro.
Quem disse que amar é ser a metade do outro? Ou que devemos cuidar do que é nosso (quando o objeto é uma pessoa)? Ou que se “a coisa” não for propriedade do atual parceiro, de ninguém mais será?
Possivelmente tais enormidades pudessem ter tido um dia, alto e reverente significado [que surtiram grande fertilidade em seus efeitos], num discurso do passado, escuro de inteligência e progresso, recheado de desrespeito pela individualidade. Gentes próximas da escravidão institucional e da força bruta - resquícios ainda presentes no cérebro e na alma ou, quem sabe, no DNA do homem biológico-animal, mas que certamente deve ser contido.
Esse instinto (caso seja um instinto) deve ser barrado ao custo, se necessário, de uma ampla revisão de hábitos, costumes e leis, antes que se torne afinal o maior motivo da falência do casamento e da família, da desconfiança na união perene e sadia, tão necessárias à manutenção da vida social como a conhecemos na maior parte do mundo.
Se é que ele, o instinto, já não tem tido peso suficiente em caminho dessa ruína!
No dias atuais diz e pratica a anomalia quem se mutilou no caminho da vida. Quem deixou alguma parte de si subdesenvolvida, mirrada, atrofiada pela tarefa mal cumprida de aprender a transitar no mundo dos viventes.
Quem usurpou e subverteu a autoridade divina de criar o indivíduo - esse ser na plenitude de suas peculiaridades e percepções: únicas, exclusivas e inamovíveis.
Pessoas-aberração que não conseguiram controlar a monstruosidade e a covardia dentro de si.  Sádicos e desequilibrados em rota de colisão.
Sugiro que a aparente incoerência entre o que se mostra nos enredos de encontros, sexo e desencontros, de trocas fúteis de parceiros, da banalização do amor e do erotismo; e o mundo real, selvagem e egoísta é algo com que devemos nos preocupar muito, agora, profundamente.
Nossos filhos e filhas têm direito ao encontro com a paixão, com o prazer de se relacionar, de trocar idéias e carinhos, de compartilhar descobertas e emoções, sem serem objetificados ou pagarem com a vida a tentativa de ter alegria e prazer em existir.

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GRACIAS ANDINAS