segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ditados (religiosos) populares

Certa vez, muito rápido e superficial, falamos de provérbios religiosos populares, os quais - afirmam veementes seus usuários – são de autoria divina.
Ditados como: "Não cai uma folha se Deus não quiser"; "O sangue de Jesus tem Poder"; "Deus ajuda a quem se ajuda"; "Deus ajuda a quem cedo madruga"; etc.
Claro, estou muito longe de confirmar tais expressões textuais nas Escrituras. Pode ser que algumas delas encontrem referências literais em traduções e edições outras, de que não disponho.
O que vale, contudo, é que, sendo interpretação livre ou não, nenhuma delas - desde que aplicadas à Santidade e Caráter do Senhor Deus -, contraria a sua Verdade e o seu Poder.
Ao contrário, as reafirmam.
Por esses dias, entretanto, percebi o que seria um provérbio popular, expresso quase textualmente na Bíblia; "Maldito o homem que confia no homem."
Está em Jeremias, 17:5: "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor".
Mas vejamos outro aspecto, bastante comum aos anexins: o uso indiscriminado apresenta o risco da assunção de “verdades relativas”, da transformação de coisas consagradas à adoração e conduta, em frases de efeito, ou pseudo-soluções, com o fim de aplacar culpas e justificar comportamentos, minimizar responsabilidades.
Entram cuidados elementares para evitarmos a esparrela, sintetizados na chamada, possivelmente de um programa de rádio ou slogan de campanha: "Texto sem contexto é pretexto".
De exemplo vai o excerto posto a descoberto, em duas conjunturas:
Específica: não se trata de quaisquer homens, em quaisquer épocas ou circunstâncias.
A afirmação do próprio Deus pela boca do profeta Jeremias é direta aos israelitas do reino de Judá, há aproximadamente 2500 anos, advertindo-os de seu inevitável cativeiro em Babilônia que duraria algumas décadas.
O motivo era, outra vez, a apostasia do povo e seu seguimento a falsos deuses, contra o quê não adiantaria pedir auxílio em aliança de guerra.
Geral: Para quaisquer homens, épocas ou circunstâncias, se fiar na energia humana para justificar o abandono das sãs doutrinas de Deus, será sempre catastrófico.
Portanto, utilizar o ditado ou ampliar a aplicação dessa passagem das Escrituras para além destes aspectos me parece um ato leviano.
Deus não ordenou a descrença, a desesperança ou a desconfiança entre os homens; a falta de palavra e o aviltamento do caráter são responsabilidades suas e não de Deus.
Não devemos ser paranóicos, desconfiados de tudo e de todos. Prudência não é isso. Esse comportamento inibe, sim, a cristalização das amizades e as manifestações de amor fraterno.
Para não virar um ensaio sobre as morais de uso particular e público, encerro, então, crendo que o melhor é saber onde o galo está cantando, para saber se estamos no fuso horário certo.
“Examinai tudo. Retende o bem; Abstende-vos de toda a aparência do mal”, registrou Paulo na segunda carta aos cristãos tessalonicenses, capítulo cinco, versos 21 e 22.

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