sábado, 25 de dezembro de 2010

SAUDADES, AMIGO

Agora está longínquo aquele sorriso

Aquela estriposa gargalhada
E aquele paciente esforço de nos ajudar
A viver

Agora é remota a tua ajuda em nossa lide
E o ontem, quando estávamos juntos
Nos esforçando por entender as coisas,
Ficou na lembrança

Como ficaram memoráveis nossas escaramuças amorais
Que travávamos acerca do bem e do mal,
Como as zombarias que nos infligíamos
Apenas para sabermos de nossa existência

Deixou sua marca indelével a inteligência
Deixou impressão boa a tua vivacidade
Sacramentou a humanidade de que fazemos parte
Tão ínfima e retumbantemente

Num instante volátil
Inopinado e impreciso
Compacto, estanque
Fostes embora, ficando a tua imagem intacta em nossos espíritos

E quantas coisas ainda poderias ter realizado
Quantas façanhas ainda poderias nos demonstrar
Quantas alegrias poderias inspirar aos que te cercavam
E sonhos quiméricos e amizade

Quisera descobríssemos o porquê de tantas coisas inglórias
Que desnudássemos os segredos do Divino
Prevíssemos o futuro para não o atingir
Parássemos o presente para não perecer

Mas somos pequenos e objeto de
 estranha ação
De mecanismos ocultos e inatingíveis
E uma insurreição poderia desencadear o fim absoluto

Fica assim então: Não partiste!
Repousas em algum lugar áureo
Onde em breve nos tornaremos
Seres diáfanos, de luz e paz.

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GRACIAS ANDINAS